setembro 17, 2020

O Imperador e o Pregador: O encontro entre Dom Pedro II e D. L. Moody


Viagens, Dom Pedro II tinha uma paixão por elas. O imperador registrou em seus diários suas observações de viagem e fotografou os lugares que visitou, desde edifícios a monumentos, deixando aos brasileiros um importante acervo que se encontra hoje no Museu Imperial de Petrópolis. Num de seus diários, ele afirma preferir não ter sido imperador para poder ocupar mais tempo da vida em viajar pelo mundo afora e conhecer outros países e culturas das mais variadas possíveis. Ele disse: 

Nasci para consagrar-me às letras e às ciências e, ocupando uma posição política, preferiria ser presidente da República ou ministro do que ser imperador. Se meu pai tivesse continuado como imperador, eu estaria ocupando há 11 anos um lugar no Senado e teria viajado mais pelo mundo.

Em 1876, D. Pedro II faz sua segunda viagem ao exterior, a qual durou 18 meses, primeiro visitou os Estados Unidos (era o ano de comemorando do centenário da Independência Americana) e, depois seguiu para a Europa e encerando a jornada na Terra Santa e no Egito. 

Entre os meses de abril a junho de 1876, durante sua viajem aos Estados Unidos, o imperador visitou a cidade de Nova Iorque. Segundo alguns literatos da época, D. Pedro II foi ao culto em uma igreja evangélica. Naquela noite, ele foi ouvir o famoso evangelista estadunidense, Dwight Lyman Moody. Moody pregou o sermão que comentava sobre a pergunta feita por Pilatos aos judeus: “Que farei então de jesus, chamado Cristo?” (Mateus 27.22). O pregador, que sabia que D. Pedro II estava presente, disse: 

Mesmo um grande imperador, com toda a sua riqueza e poder, não salvará a sua alma se não se curvar aos pés de Cristo e não o aceitar de todo o coração.

Alguém observou que o ilustre visitando ouviu atentamente essas palavras, o imperador, de maneira reverente curvou a cabeça diante da Majestade de Cristo e assim concordou com o pregador. 

D. Pedro II era um leitor assíduo, tinha amor pela leitura, principalmente da Bíblia. Quando perguntaram sobre o que pensava sobre ela, ele respondeu: 

Eu amo a Bíblia. Eu a leio todos os dias e, quanto mais a leio, mais a amo. Há alguns que não gostam da Bíblia. Eu não entendo, não compreendo tais pessoas. Mas, eu a amo, amo sua simplicidade e amo suas repetições e reiterações da verdade. Como disse, eu a leio todos os dias e gosto dela cada vez mais.

Até o monarca dos trópicos, que possuía uma incrível intelectualidade e cultura, teve a humildade de redeu-se a Bíblia e ao Rei dos reis e Senhor dos senhores, Jesus Cristo, o verbo (a Palavra) encarnado. 

Ave império! Soli Deo gloria! 

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Fontes:

A Bíblia no Brasil (Revista ABNB), Museu da Bíblia, Barueri, São Paulo, Brasil, 1948 a 2012.

CARVALHO, José Murilo de. D. Pedro II, Editora Schwarcz, São Paulo, Brasil, 2007. Op. cit., p.157, 224.

GIRALDI, Luiz Antonio. A Bíblia no Brasil Império – Como um livro proibido durante o Brasil Colônia tornou-se uma das obras mais lidas nos tempos do Império. Editora SBB, Barueri, São Paulo, 2013. Op. Cit., p. 279, 280.

Museu Imperial de Petrópolis. Diários 18-19, maço 37, doc. 1057.

TURNER, Charles W. La Bíblia Construye en América Latina, Editorial La Aurora, Buenos Aires, Argentina, 1954. Op. cit., p. 16.

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